Dia do Gaúcho: Câmara de Água Doce realiza sessão solene e reforça identidade sulista

Dia do Gaúcho em pauta: sessão solene em Água Doce valoriza tradição sulista

A Câmara de Vereadores de Água Doce, no Meio-Oeste de Santa Catarina, realizou na sexta-feira, 19 de setembro de 2025, uma sessão solene em homenagem ao Dia do Gaúcho. O ato, incorporado à agenda do Legislativo, celebrou símbolos e valores que moldaram a identidade do Sul do país e que fazem parte do cotidiano de muitas famílias do município.

A solenidade ocorreu durante os trabalhos regulares da Casa e foi planejada como um momento institucional de reconhecimento às raízes gaúchas, presentes em Santa Catarina há décadas por migrações internas e convivência cultural entre estados vizinhos. Em Água Doce, como em várias cidades da região, é comum ver a pilcha em datas festivas, o chimarrão em rodas de conversa e a música nativista marcando eventos comunitários.

Segundo a Câmara, a preparação do encontro seguiu os procedimentos de rotina do município. A documentação do evento — incluindo etapas administrativas e aquisições ligadas à organização — tramitou pelos canais oficiais. O Legislativo manteve o atendimento ao público nos horários habituais (de segunda a sexta, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30) e fez ajustes pontuais de agenda para a solenidade.

A escolha da sexta-feira para a homenagem acompanha a tradição de concentrar as atividades cívico-culturais no entorno de 20 de setembro, data consagrada no Rio Grande do Sul e que, ano a ano, repercute também em Santa Catarina e no Paraná. Em diversas cidades, a programação da Semana Farroupilha inclui apresentações artísticas, mostras temáticas e momentos protocolares que colocam a história regional no centro da conversa pública.

Em 2025, a efeméride ganha uma camada a mais: são 190 anos do início da Revolução Farroupilha, marco que explica por que o 20 de setembro se tornou um símbolo de coragem, resistência e pertencimento para a comunidade gaúcha. Fora do Rio Grande do Sul — onde a data é feriado estadual —, o calendário costuma comportar atos de homenagem, sem interrupção de serviços, mas com destaque simbólico para a cultura regional.

Na prática, a sessão de Água Doce reforça um movimento que se espalhou pelo Sul: reconhecer que a herança gaúcha ultrapassa fronteiras administrativas. Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), invernadas artísticas, grupos de dança e cavalgadas estão presentes em municípios catarinenses de diferentes portes. Mesmo onde não há grandes desfiles, as referências culturais aparecem no vestuário típico, na culinária e na música.

  • Pilcha e indumentária tradicional em eventos e atos cívicos;
  • Chimarrão como símbolo de hospitalidade e convivência;
  • Música nativista e declamação de poemas gauchescos;
  • Culinária campeira, com o churrasco como emblema;
  • Resgate histórico da Revolução Farroupilha e seus personagens.

Ao dedicar parte da sessão a essa tradição, a Câmara de Água Doce sinaliza apoio a ações de preservação cultural que costumam envolver escolas, associações e coletivos locais. Mesmo quando a programação é discreta, o gesto oficial tem peso: ajuda a manter vivo um repertório de símbolos que une gerações e cria pontos de contato entre quem nasceu no município e quem chegou de diferentes regiões do Sul.

Do ponto de vista institucional, atos como esse também reforçam transparência e rotina administrativa. A Câmara informa que os processos referentes à organização de cerimônias passam pelo fluxo normal de registros e controles internos — do planejamento ao pagamento —, e que o cronograma de atividades do Legislativo é ajustado sem afetar o atendimento ao cidadão.

Num cenário em que políticas culturais costumam disputar espaço com demandas urgentes, a decisão de reservar tempo de plenário para homenagear o Dia do Gaúcho mostra prioridade: preservar memória, valorizar práticas comunitárias e reconhecer a pluralidade que compõe Santa Catarina. Em Água Doce, a pauta cultural convive com temas de infraestrutura, saúde e educação, mas, neste 19 de setembro, ganhou o centro do palco.

O que está por trás da data e do legado gaúcho

O que está por trás da data e do legado gaúcho

O 20 de setembro remete à tomada de Porto Alegre pelos farroupilhas, em 1835. A partir dali, a Revolução Farroupilha marcou o imaginário de um povo que transformou a vida campeira em identidade. A Semana Farroupilha, que antecede a data, virou um período de celebrações, aulas abertas, oficinas de dança e momentos de civismo em centenas de municípios do Sul. Em Santa Catarina, mesmo sem feriado, a agenda se espalha por praças, ginásios e salões comunitários.

Essa circulação cultural explica por que Água Doce, como outras cidades catarinenses, mantém a tradição viva. Ao dar espaço a símbolos e rituais, o poder público cria uma ponte entre passado e presente e abre caminho para políticas de patrimônio, turismo e educação. É a cultura como serviço público: quando o município reconhece o valor de um costume, ele ajuda a organizar a própria história local.

A sessão solene desta sexta, portanto, não se limita a um gesto protocolar. Ela conversa com famílias que carregam sotaques e modos de vida típicos da região Sul e que veem na data um espelho de pertencimento. Também aproxima gerações — dos mais velhos que guardam memórias de CTGs aos jovens que descobrem a pilcha na escola — e reafirma que tradição e modernidade podem caminhar juntas.

Com a homenagem feita, Água Doce encerra a semana com o selo de quem assume suas referências e as projeta para o futuro. Em 2025, com 190 anos do início da Revolução Farroupilha no horizonte das comemorações, a cidade se soma a um coro regional que, todos os anos, encontra novas formas de dizer a mesma coisa: a cultura se mantém quando é vivida — no plenário, na praça, no galpão e em casa.

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