A Fazenda 13: Rico Melquiades vence com 77,47% e estreia de Adriane Galisteu marca a temporada

Com 77,47% dos votos, Rico Melquiades cravou seu nome na história de A Fazenda 13. A temporada, exibida entre 14 de setembro e 16 de dezembro de 2021, virou página no reality rural da Record por dois motivos claros: a estreia de Adriane Galisteu no comando — fazendo dela a primeira mulher à frente de um reality de confinamento em TV aberta — e uma final quádrupla cheia de reviravoltas.

O que marcou a edição

Ao todo, 22 participantes passaram pela sede, com direito a dinâmica nova logo de cara: o Paiol. Quatro nomes foram colocados em um ambiente separado e disputaram, pelo voto do público, a chance de entrar no jogo. Sthe Matos venceu essa etapa e cruzou a porteira com moral, reforçando a estratégia de integrar o reality à audiência digital.

O formato seguiu o ritual que o público já conhece: Prova do Fazendeiro valendo imunidade e poder de indicar à Roça, tarefas diárias de cuidado com os animais e convivência intensa, o ingrediente que incendia qualquer confinamento. A votação continuou aberta ao público pela internet, definindo semana após semana quem ficava e quem saía.

Nem tudo foi jogo. A temporada ficou marcada pela expulsão de Nego do Borel após cenas que geraram acusações de abuso sexual contra Dayane Mello, visivelmente alcoolizada. A produção interveio, retirou o cantor da disputa e comunicou a decisão no ar. A repercussão ganhou força nas redes e entre patrocinadores, que pressionaram por respostas rápidas. O caso extrapolou a bolha do entretenimento e reacendeu discussões sobre consentimento e limites em realities de confinamento.

No tabuleiro da competição, a final reuniu perfis bem diferentes. Bil Araújo, ex-BBB e ex-participante de outro reality no mesmo ano, levou o segundo lugar e um carro zero. Solange Gomes, figura conhecida da TV dos anos 1990 e 2000, ficou em terceiro, apoiada por um público nostálgico. Marina Ferrari, influenciadora, terminou em quarto, representando a força da nova geração digital dentro do programa.

  • Campeão: Rico Melquiades — 77,47% dos votos
  • 2º lugar: Bil Araújo — prêmio de um carro zero
  • 3º lugar: Solange Gomes
  • 4º lugar: Marina Ferrari

Além do quarteto finalista, nomes como Mileide Mihaile, Aline Mineiro, MC Gui, Dynho Alves, Valentina Francavilla, Erasmo Viana, Tiago Piquilo e Tati Quebra Barraco movimentaram as semanas com alianças, rupturas e votações acirradas. A mistura de celebridades de TV com influenciadores digitais gerou uma temporada barulhenta, com picos de engajamento nas madrugadas de Prova do Fazendeiro e formações de Roça.

Trajetória do campeão e desdobramentos

Trajetória do campeão e desdobramentos

Rico venceu sem jogar no morno. O humor ácido, as tretas públicas e, principalmente, a entrega nas provas e nas dinâmicas fizeram dele um protagonista incontornável. Ele brigou, pediu desculpas quando achou que devia, se posicionou em votações-chave e não evitou confronto. O público comprou o pacote completo: o jogador falho, emocional, mas transparente. Foi essa combinação que empurrou a votação final para um patamar confortável.

Na prática, a leitura do jogo por Rico foi direta: colocar holofote nos conflitos que já existiam, expor incoerências dos adversários e, ao mesmo tempo, construir pontes quando era útil para avançar uma semana a mais. Ele soube transformar momentos tensos em narrativa, algo valioso em um programa que vive de história contada diariamente.

A condução de Adriane Galisteu também deu um novo tom. Com experiência em realities da própria Record, ela imprimiu ritmo às noites de prova e trouxe um jeito mais franco nas conversas ao vivo com os peões. A presença feminina no comando, após anos sob vozes masculinas como Marcos Mion, Britto Júnior e Rodrigo Faro em edições especiais, mexeu na estética do programa e no diálogo com a audiência.

O Paiol, por sua vez, estreou como aposta para ampliar a participação do público antes mesmo do confinamento começar. Funcionou como termômetro: a entrada de Sthe Matos mostrou que a base digital tem força para interferir nos rumos do jogo desde a largada.

Após a vitória, Rico seguiu a trilha de quem sabe manter relevância pós-reality: presença constante nas redes, campanhas publicitárias e participações em programas de TV. Até 2025, superou a marca de 4,3 milhões de seguidores, sinal de que a conexão criada dentro da sede não se desfez com o fim da temporada.

A Fazenda 13 também serviu de estudo de caso para a indústria. Mostrou como patrocinadores e público cobram posicionamentos rápidos em crises, como no episódio da expulsão de Nego do Borel, e como formatos híbridos — TV aberta com forte camada digital — podem redefinir a audiência. No fim, a edição entregou o que um reality precisa para ficar na memória: um vencedor que dominou a narrativa, uma apresentadora que mudou o eixo do programa e episódios que extrapolaram a cerca da sede.

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