Na noite de domingo, 21 de setembro de 2025, a Vila Belmiro tremera com o grito de uma torcida que não via vitória há semanas. O Santos bateu o São Paulo por 1 a 0 em um clássico ‘Sansão’ que valeu mais do que três pontos — valeu esperança. O gol, marcado por Luan Perez aos 37 minutos do segundo tempo, veio em meio a uma chuva torrencial que transformou o gramado em lama e a partida em um verdadeiro teste de caráter. O resultado não só interrompeu uma sequência de quatro jogos sem vitória do Peixe, mas também manteve o São Paulo a um ponto do G6, com 36 pontos, enquanto o Bahia segurou a sexta colocação com 37. O jogo, válido pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A 2025, foi disputado às 20h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo SporTV e Premiere, e cobertura em tempo real pelo ge (Globo Esporte).
Um Santos que não desistiu — e um São Paulo que parecia distante
O Santos entrava em campo com a pressão de estar apenas um ponto acima da zona de rebaixamento. Juan Pablo Vojvoda, técnico interino desde a saída de Fábio Carille, enfrentava críticas por dois empates consecutivos — contra Fluminense e Atlético-MG — e precisava de algo mais que disciplina tática. Precisava de emoção. E encontrou. O time, com Luan Perez na ponta, Brazão no meio e o experiente Toloi no centro da defesa, jogou com fome. A torcida, única na Vila Belmiro, gritou desde o primeiro minuto. Não havia espaço para desanimo. O clima era de urgência: ou venciam, ou o rebaixamento deixava de ser ameaça para virar realidade. Já o São Paulo, comandado por Hernán Crespo, chegava com um pé na Libertadores e outro no Brasileirão. A derrota por 2 a 0 para a LDU em Quito, na ida das quartas de final da Copa Conmebol Libertadores 2025, pesava. O jogo de volta, marcado para quinta-feira, 25 de setembro, no Estádio do Morumbi, exigia economia de energia. Crespo escalou uma equipe mista: Alisson e Marcos Antônio na defesa, Rigon no meio, e Luciano como único atacante. Mas a falta de entrosamento foi evidente. O time tricolor parecia distraído, como se já estivesse mentalmente no Morumbi.Chuva, lama e um gol que mudou tudo
A chuva começou aos 20 minutos do segundo tempo. Foi uma ‘água gorda’, como disseram os narradores da Jovem Pan Esportes. O gramado virou pântano. As bolas escorregavam. Os jogadores escorregavam mais. Foi nesse caos que Luan Perez, lateral direito que vinha sendo questionado por sua eficiência ofensiva, recebeu um lançamento de Roleazer, driblou dois marcadores e, com um toque seco dentro da área, mandou para o fundo da rede. O gol foi o primeiro do Santos em casa desde julho. O estádio explodiu. O técnico Vojvoda correu para o campo, abraçou o jogador e levantou os braços como se tivesse vencido uma guerra. O São Paulo tentou reagir. Luciano teve duas chances claras, mas a defesa santista, liderada por Toloi e Brazão, fechou como um muro. O goleiro Mike Vor Hugo, que chegou emprestado do Cruzeiro em agosto, fez duas defesas decisivas — uma em chute de Rigon e outra em cobrança de falta de Alisson. O árbitro não marcou pênalti em uma entrada dura de Yang Jamelli sobre o atacante tricolor, o que gerou protestos da equipe visitante. Mas a arbitragem manteve a integridade da partida.As odds e o mercado que acertou
Antes da partida, as casas de apostas davam vitória do Santos com odds de 2,28 — ou seja, um retorno de R$ 228 para cada R$ 100 apostados. A aposta foi considerada arriscada, já que o São Paulo vinha de vitória sobre o Botafogo e tinha mais experiência em jogos decisivos. Mas quem apostou no Peixe viu o dinheiro render. A vitória foi uma surpresa para muitos, mas não para os torcedores que nunca deixaram de acreditar. O clássico foi transmitido também pela Jovem Pan Esportes, com narração de Nilson César e comentários de Flavio Prado, que disse: “Isso aqui não foi futebol. Foi alma. O Santos jogou com o peito, o São Paulo com a cabeça.”O que vem aí? O clima na Vila e o peso no Morumbi
O Santos, agora com 39 pontos, sobe para a 12ª posição — ainda longe do G6, mas fora da zona de rebaixamento. A próxima partida é contra o Fortaleza, em novembro, mas o clima de renascimento já começou. A diretoria já sinaliza que Vojvoda pode ser efetivado como técnico permanente, caso o time mantenha o ritmo. Já o São Paulo, com 36 pontos, continua na sétima colocação. A partida contra a LDU, no Morumbi, na quinta-feira, 25 de setembro, será um verdadeiro jogo de vida ou morte. Se perder, a eliminação da Libertadores é certa. Se empatar, ainda pode sonhar. Se vencer, volta a ter chances no Brasileirão. Mas o clima no grupo está tenso. Crespo, que havia prometido “fazer o São Paulo voltar a ser grande”, agora enfrenta a pergunta que ninguém quer fazer: será que ele tem condições de liderar esse time na reta final?Calendário e perspectivas: o que esperar nos próximos meses
O Santos ainda tem pela frente confrontos decisivos: Palmeiras (21:30), Flamengo (18:30), Internacional, Cruzeiro e Sport — todos entre novembro e dezembro. A meta: terminar entre os 10 primeiros e garantir uma campanha sólida para 2026. Já o São Paulo, além do jogo contra a LDU, terá que enfrentar o Corinthians em outubro e o Flamengo em novembro — jogos que podem definir o futuro do técnico Hernán Crespo.Frequently Asked Questions
Por que o Santos venceu mesmo com uma equipe considerada inferior?
O Santos venceu por intensidade e emoção. Apesar de ter menos posse de bola e menos chances claras, jogou com mais fome, aproveitou a pressão da torcida e a chuva para desestabilizar o São Paulo. O gol de Luan Perez foi fruto de um movimento individual e da exatidão em momento decisivo. A defesa, com Toloi e Brazão, foi impenetrável, e o goleiro Mike Vor Hugo fez defesas cruciais. O time entendeu que perder significava rebaixamento — e jogou como se a vida dependesse disso.
Como a derrota afeta as chances do São Paulo na Libertadores?
A derrota para o Santos não afeta diretamente a classificação na Libertadores, mas pesa psicologicamente. O São Paulo precisa vencer a LDU no Morumbi para avançar às semifinais. A derrota por 2 a 0 no Equador já foi um golpe. Agora, com a equipe desgastada e a torcida desmotivada, o clima é de pressão extrema. Se perder, a eliminação é certa — e o técnico Hernán Crespo corre risco de ser demitido antes do fim da temporada.
O que mudou no Santos desde a chegada de Juan Pablo Vojvoda?
Vojvoda trouxe mais organização defensiva e intensidade na marcação. Embora ainda não tenha implementado um jogo ofensivo fluido, o time passou a ser mais difícil de ser superado. O uso de Luan Perez como ponta e o retorno de Roleazer ao meio-campo deram mais movimento. A vitória contra o São Paulo foi a primeira prova de que o time pode competir — e vencer — mesmo sem grandes nomes. A diretoria já avalia a possibilidade de efetivá-lo como técnico permanente.
Por que o clássico 'Sansão' é tão importante para os torcedores?
O ‘Sansão’ é um dos clássicos mais antigos do futebol brasileiro, entre dois dos maiores clubes do interior de São Paulo. Embora o São Paulo tenha mais títulos nacionais, o Santos tem a tradição de grandes jogadores como Pelé e Neymar. O confronto sempre carrega orgulho regional, identidade e rivalidade histórica. Quando o jogo é em Santos, a Vila Belmiro se transforma em um caldeirão. Quando é no Morumbi, o clima é de guerra. É um jogo que vai além da tabela — é sobre quem é o maior.
O resultado influencia o caminho do São Paulo no Brasileirão?
Sim. O São Paulo está a apenas um ponto do G6, mas com jogos difíceis pela frente. A derrota para o Santos, em casa, foi um golpe na moral e na confiança. Para entrar na zona da Libertadores, precisa vencer pelo menos quatro dos próximos cinco jogos. Com a pressão da Libertadores e a possível saída de Crespo, o time corre o risco de entrar em colapso. A vitória contra o Bahia, em outubro, pode ser o último fio de esperança.
7 Comentários
Essa vitória foi mais que um gol, foi uma ressurreição! A Vila Belmiro tremeu, o gramado virou lama, e o Santos jogou com o peito no chão. Ninguém acreditava, mas a torcida nunca desistiu. Isso aqui é futebol de verdade, não aquele negócio de tática fria. Parabéns, Peixe!
Isso... é... o... Santos... vencendo... um... clássico... em... casa... após... semanas... sem... vitória...?!
Sei que o São Paulo estava com a cabeça na Libertadores, mas o Santos jogou com alma. O Luan Perez merece todo o crédito, mas o que mais chamou atenção foi a defesa. Toloi e Brazão foram imbatíveis. E o Mike Vor Hugo? Um herói. O técnico Vojvoda fez o que precisava: uniu o time. Agora é manter o ritmo. A torcida tá confiante de novo.
Claro que venceram. A chuva ajudou. O São Paulo estava cansado. Isso não é mérito, é sorte. E esse Luan Perez? Um lateral que não faz nada na maioria dos jogos. Um gol isolado não muda a realidade.
MEU DEUS QUE PARTIDA!! A VILA TA NO CÉU!! Luan Perez é o novo Pelé da era moderna, e o Mike é o novo Dida! O São Paulo tá no chão, e o Santos tá no topo do mundo! Vamo que vamo!!
Se liga: o gol foi aos 37 do 2º tempo, depois de 20 min de chuva. A bola tava escorregando, o gramado tava lama. Luan fez um lance individual, mas o que fez a diferença foi a pressão da torcida. O São Paulo tava com a cabeça em Quito, não em Santos. E o árbitro fez bem em não marcar o pênalti - foi entrada dura, mas não foi falta. O time tá se encontrando.
o gol foi bonito mas o sao paulo ta muito fraco agora e o crespo nao ta conseguindo motivar ninguém